terça-feira, novembro 21, 2006

Adeus até sempre, vou fechar a porta da escola…

As 3 Borboletas


Há emoções que não vale a pena tentar traduzir em palavras

domingo, novembro 19, 2006

Homenagem aos homens e mulheres da ZÉ...


É uma tarefa sazonal, pela qual muitos têm que passar todos os anos, por época do Outono. Faça chuva ou faça sol, em dias de calor ou frio intenso, é algo por que tem que se passar.

Não porque seja algo lucrativo, muitas vezes se põe em causa se realmente compensa, se vale a pena o esforço e os meios envolvidos.

Mas porque é mesmo assim, porque os frutos crescem nas árvores e têm que ser colhidos, porque existe uma obrigação para com as terras, as árvores e a natureza.
Porque é tradição. Porque se junta toda a gente para ajudar e se canta e se contam histórias lá de trás ou mais recentes. E porque produto nosso, fruto do nosso suor, da nossa produção, é diferente de outro que se traz da prateleira do supermercado… tem outro sabor!

É agradável, principalmente se o tempo ajuda.
E é por isso, pela nostalgia, pelo convívio, pelo esforço levado ao máximo, pelo contacto com a natureza, que já algumas quintas começam a envolver estas actividades no seu leque de ofertas relacionadas com o turismo rural.

Mas não se julgue que é pêra doce!

Levantar cedo, bem cedo, um dia após o outro… não é só um dia, pela piada, ou para ajudar, é desde a primeira à última árvore. Espalhar panos no chão, recolhê-los, estender escadas ao céu, subir, descer, uma árvore e depois outra e outra…transportar pesados sacos, curvar as costas, esticar os braços. Do nascer ao pôr do sol. Espreitando com respeito as nuvens e fazendo um esforço adicional quando o sol toca a linha do horizonte. Vá lá, a ver se acabamos!
Depois, já no quintal ou na eira, lançar ao ar com uma pá para separar o fruto das folhas e da rama. Vá lá, a ver se se consegue levar ao lagar ainda hoje! Está a anoitecer!

Roupas sujas, mãos feridas, galochas, costas doridas…

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Uma oliveira produz cerca de 2 a 3 sacos de azeitona, que depois de moída resulta em perto de 2 litros de azeite.

Actualmente, existe apenas um lagar a laborar em Alvega, o Lagar da Cooperativa. Todos os outros se encontram em ruínas, mercê da indiferença e do desvalor que se atribui à memória e ao passado.

Neste preciso momento, já noite escura, há muitos homens e mulheres em Alvega a levar o seu esforço ao máximo e a fazer cumprir a tradição:

Levar a ‘ZÉTÔNA ao lagar!

Grande parte do azeite produzido em Alvega faz parte da agricultura de subsistência e destina-se a consumo próprio; o restante é absorvido maioritariamente pela empresa que detém os Azeites Gallo, sediada em Abrantes

domingo, novembro 05, 2006

Consequências das chuvas exigem a intervenção dos bombeiros

O mau tempo e a chuva intensa tiveram já consequências graves na freguesia, exigindo por diversas vezes a intervenção dos bombeiros.

Na noite passada em Ventoso um muro ruiu, colocando em risco pelo menos duas habitações.

Na mesma noite, os soldados da paz foram chamados a desimpedir uma estrada, na sequência da queda de um sobreiro de grande porte, junto ao antigo lagar de Maxial.

A estrada ficou cortada na noite de Sábado devido à queda de uma árvore neste local.


Já hoje de tarde, uma situação complicada ocorreu na praia fluvial. O caudal do Tejo subiu rapidamente, apanhando desprevenido um alveguense, o sr. Manuel Sabino, que ali se deslocou na sua carrinha. Embora tenha saído a tempo da viatura, esta acabou por ficar submersa e nem os esforços dos bombeiros com mergulhadores a conseguiram retirar, já que entretanto ela se poderá ter deslocado e não foi localizada.

A carrinha ficou submersa ao fundo desta "estrada".

Ao fim da tarde, o edifício da Praia Fluvial encontrava-se já praticamente submerso.

A praia fluvial ao fim da tarde de hoje

Para além destas e outras consequências das fortes chuvas, a ribeira do Carregal galgou já a pequena ponte que liga Monte–Galego à estrada Tubaral-Alvega, deixando também cortada esta ligação.

Assim que o caudal da ribeira do Carregal sobe, esta ponte fica submersa. Este ano, já pela segunda vez.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Tejo candidato a património mundial















Vista do Tejo com a ponte Alvega-Mouriscas em primeiro plano e a Central Termoeléctrica do Pego ao fundo


Considerado um “rio universal”, o Tejo tem ao longo dos seus 1200 Kms “muitos elementos históricos e geológicos, para além da diversidade de ecossistemas, que justificam a sua candidatura”, defendeu o historiador António Maia Nabais no II Congresso do Tejo, realizado nos passados dias 24 a 26 de Outubro na gare marítima Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa.

E é por isso que se estuda a sua candidatura a Património da Humanidade.

“A qualidade do património que temos ao longo do Tejo e a ele associado está em fase de estudo para se formalizar a candidatura”.

Outro dos aspectos a ter em conta é a gastronomia, “com os diferentes sabores que se encontram por essas terras que acompanham o rio e que por ele se deixam influenciar”.

O Tejo nasce em Espanha, na serra de Albarracin, o que leva a que este seja um projecto partilhado com Espanha e de carácter internacional.

Esta candidatura poderá vir a ser muito importante na valorização do rio e repercute-se, desde já, “nas iniciativas para resolver alguns dos problemas que afectam o Tejo e contribuem para a sua degradação– industrias sem estações de tratamento de águas residuais que despejam resíduos para o rio, fertilizantes utilizados na agricultura e outros poluentes, desflorestação e urbanização."

Para Carlos Salgado, presidente da Associação dos Amigos do Tejo, está a assistir-se a "uma delapidação abusiva dos recursos naturais do rio Tejo. Na origem dos problemas do estuário estão a poluição de origem industrial, a utilização abusiva de pesticidas e o despejo de efluentes domésticos não tratados".






Alagoas, um ecossistema onde se cruzam terra e rio, em Alvega







Fonte: Jornais Público e Diário de Notícias