sábado, dezembro 23, 2006

A Placa e o Pai Natal

Olá.

Eu sou a placa de ALVEGA. Sou muito velha e estou muito degradada, mas continuo aqui, vergonhosamente, a dar as “Boas Vindas” a quem chega.

Estou feia, sem brilho, toda remendada, estragada, tão estragada que se fosse feita de matéria orgânica, já estava podre e cheirava mal.

Mas não, continuo aqui, há muitos anos, a humilhar-me…



Tenho um desejo para este natal, como tive em natais anteriores: gostava de ir conhecer um centro de reciclagem e tornar-me numa outra coisa, sei lá, o pára-lamas da bicicleta da tia de alguém, como dizem as crianças no anúncio da tv. Sei que só pode ser uma grande história de amor que me mantém aqui, alguém que nutre um profundo sentimento por mim e não me quer ver partir….mas deixem-me ir!

Há placas muito bonitas por esse país fora. Gostava que o natal trouxesse a esta terra que é a minha uma dessas placas. Gostava que a primeira imagem que as pessoas vêem quando chegam não fosse um bocado de lixo, mas uma Alvega limpa, cuidada.

Por favor, Pai Natal, manda-me para a reciclagem! Substitui-me!!!

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Estranho fenómeno sobrenatural :)

No passado sábado, por volta das 8 da noite, a estrada nacional 118 ficou pejada de azeitonas entre a conhecida como curva da morte e a rotunda do pinheiro….

O fenómeno repetia-se depois à saída da ponte sobre o Tejo e à entrada da A23.

Não se sabe ao certo o que terá provocado tamanha sementeira, nem se o condutor do veículo que (eventualmente) provocou a mesma se deu conta de que perdeu grande parte da carga, o que é certo é que a azeitona era de bom calibre, e no Domingo se fez romaria ao local para a apanha :)
















Na noite de Sábado, era este o aspecto da EN118 perto de Alvega












A azeitona foi varrida para as bermas ainda durante a noite

















terça-feira, novembro 21, 2006

Adeus até sempre, vou fechar a porta da escola…

As 3 Borboletas


Há emoções que não vale a pena tentar traduzir em palavras

domingo, novembro 19, 2006

Homenagem aos homens e mulheres da ZÉ...


É uma tarefa sazonal, pela qual muitos têm que passar todos os anos, por época do Outono. Faça chuva ou faça sol, em dias de calor ou frio intenso, é algo por que tem que se passar.

Não porque seja algo lucrativo, muitas vezes se põe em causa se realmente compensa, se vale a pena o esforço e os meios envolvidos.

Mas porque é mesmo assim, porque os frutos crescem nas árvores e têm que ser colhidos, porque existe uma obrigação para com as terras, as árvores e a natureza.
Porque é tradição. Porque se junta toda a gente para ajudar e se canta e se contam histórias lá de trás ou mais recentes. E porque produto nosso, fruto do nosso suor, da nossa produção, é diferente de outro que se traz da prateleira do supermercado… tem outro sabor!

É agradável, principalmente se o tempo ajuda.
E é por isso, pela nostalgia, pelo convívio, pelo esforço levado ao máximo, pelo contacto com a natureza, que já algumas quintas começam a envolver estas actividades no seu leque de ofertas relacionadas com o turismo rural.

Mas não se julgue que é pêra doce!

Levantar cedo, bem cedo, um dia após o outro… não é só um dia, pela piada, ou para ajudar, é desde a primeira à última árvore. Espalhar panos no chão, recolhê-los, estender escadas ao céu, subir, descer, uma árvore e depois outra e outra…transportar pesados sacos, curvar as costas, esticar os braços. Do nascer ao pôr do sol. Espreitando com respeito as nuvens e fazendo um esforço adicional quando o sol toca a linha do horizonte. Vá lá, a ver se acabamos!
Depois, já no quintal ou na eira, lançar ao ar com uma pá para separar o fruto das folhas e da rama. Vá lá, a ver se se consegue levar ao lagar ainda hoje! Está a anoitecer!

Roupas sujas, mãos feridas, galochas, costas doridas…

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Uma oliveira produz cerca de 2 a 3 sacos de azeitona, que depois de moída resulta em perto de 2 litros de azeite.

Actualmente, existe apenas um lagar a laborar em Alvega, o Lagar da Cooperativa. Todos os outros se encontram em ruínas, mercê da indiferença e do desvalor que se atribui à memória e ao passado.

Neste preciso momento, já noite escura, há muitos homens e mulheres em Alvega a levar o seu esforço ao máximo e a fazer cumprir a tradição:

Levar a ‘ZÉTÔNA ao lagar!

Grande parte do azeite produzido em Alvega faz parte da agricultura de subsistência e destina-se a consumo próprio; o restante é absorvido maioritariamente pela empresa que detém os Azeites Gallo, sediada em Abrantes

domingo, novembro 05, 2006

Consequências das chuvas exigem a intervenção dos bombeiros

O mau tempo e a chuva intensa tiveram já consequências graves na freguesia, exigindo por diversas vezes a intervenção dos bombeiros.

Na noite passada em Ventoso um muro ruiu, colocando em risco pelo menos duas habitações.

Na mesma noite, os soldados da paz foram chamados a desimpedir uma estrada, na sequência da queda de um sobreiro de grande porte, junto ao antigo lagar de Maxial.

A estrada ficou cortada na noite de Sábado devido à queda de uma árvore neste local.


Já hoje de tarde, uma situação complicada ocorreu na praia fluvial. O caudal do Tejo subiu rapidamente, apanhando desprevenido um alveguense, o sr. Manuel Sabino, que ali se deslocou na sua carrinha. Embora tenha saído a tempo da viatura, esta acabou por ficar submersa e nem os esforços dos bombeiros com mergulhadores a conseguiram retirar, já que entretanto ela se poderá ter deslocado e não foi localizada.

A carrinha ficou submersa ao fundo desta "estrada".

Ao fim da tarde, o edifício da Praia Fluvial encontrava-se já praticamente submerso.

A praia fluvial ao fim da tarde de hoje

Para além destas e outras consequências das fortes chuvas, a ribeira do Carregal galgou já a pequena ponte que liga Monte–Galego à estrada Tubaral-Alvega, deixando também cortada esta ligação.

Assim que o caudal da ribeira do Carregal sobe, esta ponte fica submersa. Este ano, já pela segunda vez.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Tejo candidato a património mundial















Vista do Tejo com a ponte Alvega-Mouriscas em primeiro plano e a Central Termoeléctrica do Pego ao fundo


Considerado um “rio universal”, o Tejo tem ao longo dos seus 1200 Kms “muitos elementos históricos e geológicos, para além da diversidade de ecossistemas, que justificam a sua candidatura”, defendeu o historiador António Maia Nabais no II Congresso do Tejo, realizado nos passados dias 24 a 26 de Outubro na gare marítima Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa.

E é por isso que se estuda a sua candidatura a Património da Humanidade.

“A qualidade do património que temos ao longo do Tejo e a ele associado está em fase de estudo para se formalizar a candidatura”.

Outro dos aspectos a ter em conta é a gastronomia, “com os diferentes sabores que se encontram por essas terras que acompanham o rio e que por ele se deixam influenciar”.

O Tejo nasce em Espanha, na serra de Albarracin, o que leva a que este seja um projecto partilhado com Espanha e de carácter internacional.

Esta candidatura poderá vir a ser muito importante na valorização do rio e repercute-se, desde já, “nas iniciativas para resolver alguns dos problemas que afectam o Tejo e contribuem para a sua degradação– industrias sem estações de tratamento de águas residuais que despejam resíduos para o rio, fertilizantes utilizados na agricultura e outros poluentes, desflorestação e urbanização."

Para Carlos Salgado, presidente da Associação dos Amigos do Tejo, está a assistir-se a "uma delapidação abusiva dos recursos naturais do rio Tejo. Na origem dos problemas do estuário estão a poluição de origem industrial, a utilização abusiva de pesticidas e o despejo de efluentes domésticos não tratados".






Alagoas, um ecossistema onde se cruzam terra e rio, em Alvega







Fonte: Jornais Público e Diário de Notícias

quarta-feira, outubro 18, 2006

Pia do Urso - Uma aldeia a ressuscitar


















Pia do Urso é uma pequena aldeia localizada a 10 kms de Fátima e 17 da Batalha, na freguesia de S. Mamede.

Ainda há pouco, estava destinada a ser apenas mais uma das aldeias desertificadas do não tão interior assim (vivem actualmente na povoação 7 pessoas); hoje, respira vida, beleza e deixa antever um futuro promissor.

Através de parcerias público-privadas, toda a aldeia está a ser alvo de um processo de recuperação, que passa também pela construção, ali, do primeiro ecoparque sensorial do país e um dos primeiros da Europa preparados para cegos.

A recuperação da Pia do Urso começou há cerca de três anos, com o início da reconstrução das casas levada a cabo por particulares com o apoio do programa Agris do Ministério da Agricultura

http://www.ifadap.min-agricultura.pt/ifadap/incentivos/agris/mainAGRIS.html.
A intervenção teve ainda uma componente de investimento público para as infraestruturas do espaço e a criação do ecoparque sensorial.

O (pouco) alcatrão das ruas e ruelas foi substituído por calçada e as habitações degradadas foram arquitectonicamente recuperadas, dando um ar muito típico e acolhedor a toda a envolvente. As casas desabitadas agora recuperadas vão ser convertidas em alojamento para turismo rural.

Na parte mais elevada da aldeia, desenvolve-se o parque sensorial, que procura “casar a natureza, com a madeira e pedra” e criar um “espírito mágico, onde as pessoas possam beber sons e cheiros” (…) O ecopoparque é enriquecido com representações gráficas, que (…) facilitam a apreensão da informação, quer aos invisuais quer aos normais visuais”.

Especialmente a pensar nos cegos, existem vários painéis em Braille e em baixa visão, explicando cada estação. A aproximação a esses locais é assinalada no chão, recorrendo a um pavimento diferente e a um pequeno corrimão com placas em Braille, informando o visitante do local onde está. A zona central do trilho principal do percurso é feita com uma textura própria, para facilitar a circulação dos invisuais.

O percurso, todo ele com iluminação, está povoado com imagens de animais em tamanho real (porcos, porcos, patos, burros, etc). Foram ainda postas a descoberto 26 pias que existiam no local, mas que se encontravam cheias de silvas.

Estruturas do ecoparque:
Estação do planetário – apresenta as várias fases da lua e descreve o sistema solar Estação do ciclo da água – composta por uma nora e um engenho que recriam o princípio da energia Estação do jurássico – é uma alegoria ao período dos dinossauros
Estação da alegoria – representa a marcha das tropas de D. Nuno Alvares Pereira entre Ourém e Porto de Mós, na véspera da Batalha de Aljubarota, com passagem pela Pia do Urso
Estação lúdica – com um puzzle ‘gigante’ em madeira e jogos
Estação da Pia do Urso – composta pela pia onde, segundo a lenda, iria beber um urso que vivia nas redondezas da aldeia e que deu origem ao nome da povoação
Pia do amor – composta por uma pia que tem a configuração natural de um coração
Estação musical – com diversos dispositivos musicais (gongo, xilofone, cabaça, castanholas, etc)
E ainda: Parque infantil, Miradouro, Parque de estacionamento para automóveis e autocarros (localizado à entrada do parque), Casas de banho, Chafariz, Centro de interpretação (a concluir dentro de quatro meses) e
Posto de informação.

Mais informação e fontes para este post:
http://www.cm-batalha.pt/index.php?pagina=turismo&area=pia_urso
http://www.jornaldagolpilheira.com/063/pia_do_urso.htm
http://www.jornaldeleiria.pt/index.php?article=7388&visual=-1&id=0&print_article=1&layout=29


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Em resposta à questão colocada num dos comentários a este artigo, e depois de uma nova incursão à Pia do Urso, eis o poema da Pia do Amor:


NESTE LUGAR DE MIL SEGREDOS



Aqui te amo…
Neste lugar que encerra mil segredos.
Aqui te espero,
Quando a noite enche e começa a cantar-me.

Aqui neste lugar,
De mil promessas cumpridas,
Onde a luz faz girar sua arruela de sonho,
Olham-me os teus olhos, estrelas maiores.

E como eu te amo…
Neste lugar,
As árvores murmurando ao vento,
Querem cantar nosso amor!

Aqui neste lugar,
O nosso porto…
Que em vão oculta o horizonte,
Estou a amar-te ainda entre o anoitecer.

Trocamos carícias,
Sob o capricho da tua voz mansa…
Até sempre…
Chegar nosso esplendor.

CC

quarta-feira, outubro 11, 2006

Contornar o incontornável



Nota inicial: este post não pretende estar directamente ligado ao post anterior, embora seja comum o tema H2O.

Lá longe, muito longe, na África subsariana árida e deserta, onde não chega ponta de desenvolvimento e a questão da interioridade nem se coloca, não há água em muitas povoações; nem canalizada, nem da Selda ou da Fonte Viva, nem do Luso… simplesmente não há água.

Lá, as pessoas deslocam-se imensidões de Kms para ir buscar um barril de água, que depois transportam à cabeça ou às costas, tarefa que é normalmente atribuída a mulheres e crianças, desviando-as de outras actividades produtivas e da escola, respectivamente, uma vez que esta actividade monopoliza o seu dia-a-dia.

A água recolhe-se em rios, valas, ou poços e as torneiras são muitas vezes uma daquelas bombas de mão que quase só já vemos nos filmes… requerem esforço, são lentas (cerca de 10 minutos para conseguir 25 litros de água) e têm uma água que não raro, azar dos azares, até está inquinada e dará origem depois de todo o esforço, a diversas doenças como diarreia, cólera, febre tifóide e potencialmente à morte.

Poderiam ser utilizadas bombas a combustível, mas este é tão caro e as populações tão frágeis economicamente que tal não é plausível.

Face a todas estas dificuldades, a Roundabout Outdoor, uma companhia Sul-africana, introduziu uma solução auto-sustentável e inovadora para o problema de bombear a água: o PlayPump WaterSystem, ou bomba de água - carrocel.

Em que consiste? Coloca-se um carrocel movido por crianças, semelhante às vulgares rodas de cavalinhos que encontramos nos parques infantis, e a energia gerada por esse movimento é canalizada para bombear a água que por sua vez é encaminhada para um grande tanque alto e fechado. Quando as famílias precisam de água do tanque, basta-lhes abrir uma torneira por baixo do mesmo.

E o que muda com isto?
-as crianças podem dedicar mais o seu tempo à escola e ganham um equipamento de diversão;


- as mulheres ocupam o seu tempo com tarefas produtivas, que vão desde o cuidar da família à criação de artesanato, agricultura, pecuária;

- a população fica com água potável perto de casa com muito menos esforço, e é até possível iniciar pequenas explorações agrícolas e pecuárias;

- diversifica-se a alimentação, que se fazia à base de farinha de milho e passa a conter vegetais, havendo ganhos na nutrição e na saúde;

- a implementação de novos hábitos de higiene diminui razoavelmente a incidência de inúmeras doenças;

- o tanque torna-se num forte e inusitado suporte de dois tipos de informação: publicidade e informação relacionada com a educação e a saúde; os dividendos resultantes da publicidade são utilizados na manutenção do sistema.



As Nações Unidas declararam os próximos 10 anos a Década Internacional da acção “Água para a Vida”, com o objectivo de chamar a atenção para esta eminente questão.


Mais informação:
https://www.givengain.com/unique/playpumps/docs/profile.pdf#search=%22Boikarabelo%20playpumps%22
http://en.wikipedia.org/wiki/Roundabout_PlayPump
http://www.stepin.org/casestudy.php?id=playpumps&page=2



“A imaginação é mais importante que o conhecimento”
Albert Einstein

segunda-feira, setembro 25, 2006

H2O e fontanários

Pois é, lá limparam finalmente a fonte da Praça da República dos despropositados autocolantes que a adornavam há já uns anos.

Mas, juntamente com os autocolantes, desapareceu também a torneira.

Os autocolantes não eram precisos para coisa alguma, é verdade, mas a torneira… bom, é certo que há fontes muito bonitas, mas elas servem supostamente para disponibilizar água… potável, de preferência.
E fica-lhes bem a torneira, parece que ficam mais completas!...

Os fontanários de Alvega ficaram sem água e sem torneira…

Desde logo as vozes do povo se levantaram: “É para verem! Não votaram no Moutinho? Agora têm o resultado, ele agora tirou a água e já uma pessoa que vai a passar não pode matar a sede!”

Ou então, a outra versão: “ Pois, nestes anos todos em que esteve o PS na Junta, a Câmara nunca cortou a água, agora foi para lá o PSD e é o que se vê!”

Vamos então ver as coisas mais de perto.

De facto, e segundo o presidente da Junta de Freguesia, foi a Câmara Municipal de Abrantes, através dos seus serviços municipalizados, que cortou a água.

A água foi desde sempre disponibilizada por aqueles serviços, mas sem que nada exista definido nesse sentido.

Como tal, face aos cortes de orçamento que as autarquias têm sofrido, e também em resposta a alguns usos abusivos da água dos fontanários (utilização para regas e limpeza por parte de pessoas que possuem água canalizada, por exemplo), a Câmara tem vindo a proceder à transferência destes custos para as Juntas de Freguesia, suspendendo o fornecimento de água até que a Junta solicite a instalação de contador para que lhe sejam imputados os custos relativos a estes consumos.

No entanto, paralelamente a esta transferência de responsabilidades, não houve nem parece que vá haver qualquer incremento da verba afecta ao orçamento da freguesia, tendo assim que se retirar este valor a actividades/ projectos já existentes.

Consequentemente, a reposição da situação anterior deverá ser equacionada de uma forma mais aprofundada uma vez que, só na sede de freguesia, existem quatro fontanários públicos.

Assim, as fontes em Alvega têm, por agora, apenas água da chuva.

segunda-feira, agosto 21, 2006

A nossa Festa


Aproxima-se a festa anual da banda filarmónica, associada à Senhora dos Remédios, no último fim-de-semana de Agosto. Este ano, com algumas novidades!...

quarta-feira, julho 19, 2006

Onde é que é bom?

Foi em Alvega que tudo começou, mas a dada altura da vida de muitos de nós, Alvega passou a ser a terra a que voltamos apenas ao fim-de-semana, uma vez por mês, uma vez por ano, nas férias… vamos à terra!

As nossas raízes ficam lá (cá?), mas assentamos arraiais noutras paragens.

Estudar, trabalhar, iniciar uma família, e lá estamos nós a colocar lado a lado a terra natal… e a terra adoptiva.

Onde é que é bom (frase que marcou uma geração… esqueçam!)? Para onde foram os alveguenses, onde se fixaram? Porque assim escolheram, ou porque a vida para aí os empurrou, afunilando caminhos?
O que mais gostam no sítio onde estão? Se pudessem optar agora, ficavam por aí, ou mudavam novamente?

Voltar a Alvega? Não sair de Alvega? Quais os factores, da razão e do coração, que levam a optar por uma terra para lançar raízes?
O que orgulha, o que embaraça? Por onde andam os alveguenses? De onde vêm os que adoptaram Alvega para viver, e o que os levou a fazer essa opção?

Alvega, Abrantes, Lisboa, Leiria, Coimbra, Alcochete, Entroncamento, Barquinha, Almada, Porto, Castelo Branco…

Onde é que é bom viver?

quinta-feira, junho 01, 2006

Tubaral esteve pujante!


Sim, a festa do Tubaral esteve pujante… não pelo grupo musical, que era igual a tantos outros grupos de festas de aldeia; não pelos petiscos, que estavam bons, como nas outras festas… não, a pujança sentiu-se logo à chegada com a dificuldade em estacionar, com todos os cantos ocupados.

Depois, o recinto. É certo que a exiguidade do espaço ajuda a compor a moldura humana…mas estava realmente muita gente presente…. A gente de Tubaral, a gente da freguesia… e outras gentes. Gente de todas as idades, muitos jovens, jovens que trocaram uma eventual noite de discoteca pela festa de Tubaral . Está in e durou até tarde!!

Desde que as festas voltaram ao Tubaral que tem sido assim… de início timidamente, objecto de alguma troça (ah e tal, a festa do Tubaral…), o que é certo é que esta terra, no cocuruto da freguesia conseguiu fazer da festa uma manifestação da sua coesão, uma ocasião em que todos se juntam e chamam, com sucesso, pessoas de fora. Não é assim tão comum, hoje em dia, em que esta parece mais uma moda em vias de extinção, a festa de aldeia.

Mas, de facto, em Alvega não é assim. Também as festas de Casa Branca (com Areias e Lampreia) têm estado de boa saúde e têm reunido todos.

Resta-nos a excepção: O que se passa com as festas de Monte-Galego?

Há uns… 15 anos, as festas de Monte-Galego eram no Vale Vaqueiro, organizadas por uma qualquer comissão de melhoramentos. Lembro-me especialmente duma em que a atracção foi a Maria Armanda com o seu “hit” nacional Eu vi um sapo ♬…. com um guardanapo♪…. Muita gente presente, muita animação.

Depois, não sei ao certo o que se passou. As festas passaram para o local onde são agora, local conhecido como o recinto do rancho. Deixei de as ouvir chamar por festas do Monte-Galego e passei a ouvir dizer “as festas do rancho do Monte-Galego”.

As festas nunca mais foram as mesmas. Ao contrário de Tubaral e de Casa Branca (Areias e Lampreia), as festas de Monte-Galego (e Ventoso) gritam divisão, com grande parte da população da terra divorciada deste “projecto”. Há muitos lugares para estacionar nos dias de festa.

Há anos, houve uma tentativa de mudar o rumo das coisas e abrir o “projecto” existente, hermético, à população em geral. Mas logo as forças de bloqueio se manifestaram e fizeram questão de mostrar aos novos membros, ELEITOS, que eram intrusos e que não seriam eles a definir as regras. Não eram bem-vindos.
E assim o projecto continuou hermético, a casa continuou a ser a casa do rancho e a festa continua a ser, orgulhosamente só, a festa do rancho.

Não uma festa como a de Tubaral ou a de Casa Branca, em que se mostra toda uma população coesa a lutar por um objectivo comum, mas uma festa em que se exibem essencialmente ausências.

sexta-feira, maio 19, 2006

JÁ TEMOS NET EM ALVEGA! (posto público, entenda-se)



Esta coisa espantosa, absolutamente fora do normal - em Alvega, não no “resto do mundo” – tornou-se realidade no passado dia 13 de Maio (nem a propósito :)).

Dois computadores com acesso gratuito à Internet disponibilizados no âmbito do Programa POS_Conhecimento – Programa Operacional Sociedade do Conhecimento,
http://www.posi.pcm.gov.pt/ - e outros dois computadores que se encontravam encalhados na JFA (Junta de Freguesia de Alvega) para este fim, apetrecham agora uma sala aberta a todos na sede da BFA (Banda Filarmónica Alveguense).

A sociedade do conhecimento está assim ao alcance de todos…. ricos e pobres, novos e… e mais maduros.

Para além destas valências, outras se vislumbram para este espaço…. usufrua!

domingo, maio 14, 2006

ADN


Há marcas indeléveis na nossa vida.

A nossa terra natal, a terra onde nascemos e nos fazemos gente, é uma delas.

Transportá-la-emos dentro de nós com constrangimento ou orgulho, cortaremos essas raízes ou alimentá-las-emos, ficando ou voltando sempre.

Com uma história ancestral que se adivinha notável, ALVEGA tem um passado recente quase suicida.

Muitos partiram e continuam a partir. Alguns ficaram. Mas quase todos voltam e alimentam as raízes.

Terra de contradições saudáveis, em que o conformismo militante convive com o anseio de mudar e melhorar, em que o conservadorismo coabita com uma liberdade individual assumida… é o nosso pequeno microclima.

Em Alvega, o Tejo é protagonista. E as azenhas faziam parte da sua vida... da do rio e da da terra.

Por incúria prolongada, elas desapareceram. São apenas um símbolo do tanto que deixámos desaparecer.

A sua ausência no local onde antes existiram é motivo de vergonha. Mas é também um motivo para acordar, para concluir que ninguém fará por nós se nós não fizermos…. E lançar mãos à obra.